sábado, 10 de maio de 2008

Investment Grade e reportagem da BBC

Nos últimos 2 meses, estava um pouco sumido, mas agora que as coisas se acomodaram, vou poder comentar com tranquilidade os últimos acontecimentos. Como o mundo da Economia é extremamente dinâmico, não vou comentar muito sobre a Crise Americana, novo volume de Reservas Cambiais e a revisão de preços da usina de Itaipú, pois aqui o sistema é ´bola pra frente!`. Se tais assuntos voltarem ao cotidiano econômico, comentarei.
E acho que não existe contexto melhor para comentar a classificação concedida ao Brasil de Investment Grade concedida pela agência de risco Standard & Poor´s. Veja a notícia: http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/04/30/ult4294u1293.jhtm
Hoje, vi no jornal ´O Globo` a seguinte reportagem, vinculada a BBC:
Diante da leitura de ambas as reportagens, será que poderíamos concluir que estamos virando uma potência? Será que finalmente o Brasil virará o ´país do presente`? Devemos tomar cuidado em nossas avaliações.
Em primeiro lugar, é necessário entender o que é a classificação de Investment Grade. A obtenção desta classificação significa apenas que o nosso país apresenta riscos reduzidos no pagamento de títulos de sua dívida externa, sendo que, tais títulos, com a nova classificação, passam a ter uma certificação de confiabilidade. Mas é apenas a dívida externa, sendo estes títulos emitidos no exterior, com captação e pagamentos em moeda estrangeira. Se observarmos, o anúncio da nova classificação ocorreu pouco depois de o governo anunciar um volume de Reservas Cambiais (quase US$ 200 bilhões) suficientes para quitar nossa dívida externa, ou seja, o anúncio surgiu como consequência de um ´lastro` ou ´caução` natural. É importante ressaltar que a ´evolução` da política fiscal e da democracia também são fatores importantes, mas não tenha dúvidas de que o volume de reservas cambiais foi preponderante no anúncio. É como se você leitor, tivesse uma dívida no Banco, mas, o Banco, ao ver que você tem uma poupança suficiente para quitar sua dívida, passa oferecer crédito mais barato e em melhores condições. O anúncio pegou de surpresa a maioria dos economistas, inclusive eu mesmo. Digo isso porque os outros países que possuem tal classificação (Trinidad & Tobago, Peru, México, Rússia, etc) só conseguiram a classificação após saneamento e profunda melhoria de suas contas públicas, o que não ocorre no Brasil. Nossa carga tributária ainda é alta para os padrões normais, e, mesmo com uma gigantesca carga tributária, o Estado não tem condições de expandir investimentos e realizar reformas para incentivar o crescimento econômico, seja pela ´rigidez` dos gastos ou restrições políticas. Como consequências do investmente grade, as experiências em outros países mostram crescimento do mercado imobiliário nos países, e redução da presença de capitais de risco, visto que estes exigem sempre juros mais altos para compensar o risco assumido. Apesar de a classificação ser referente ápenas a títulos da dívida externa, acaba servindo como parâmetro para investidores estrangeiros aplicarem seus capitais no mercado interno.
Porém, devemos ser cautelosos, pois um país pode ser rebaixado, e nossa balança comercial já está começando a apresentar Déficits, o que reduz as reservas Cambiais. O Cazaquistão foi rebaixado a pouco tempo atrás, ou seja, todo cuidado é pouco. É bom ressaltar que apenas uma agência de risco elevou a nota do Brasil, as outras agências não.
Agora, quanto a reportagem BBC/O Globo, podemos afirmar o seguinte:
- A reportagem, coloca a aumento de preços de commodities e a valorização Cambial como fatores de peso no crescimento econômico do Brasil. É verdade, mas estes dois fatos são eternos? Obviamente não, ou seja, são situações momentâneas.
- É ressaltado o aumento do consumo e a classificação de investment grade, além do crescimento do número de milionários. São fatores positivos, e, estes sim, refletem uma tendência de evolução da economia brasileira.
- Quanto a reserva ´Tupi`, se sua viabilidade de exploração for confirmada, será fantástico! Porém, na melhor das hipóteses, só será possível sua exploração no longo prazo.
A economista Lia Valls, da FGV, analisa corretamente: o país está evoluindo, porém, ainda faltam grandes desafios para nos tornarmos o ´país do presente`.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois eh, conseguir o Investment Grade sem dúvidas reflete uma melhora na economia. Mas como vc falou Saulo, conseguimos mais pelas reservas do que por uma melhora nos fundamentos da economia. Pois a divida interna não é pequena e a politica tributaria é pouco eficiente. Acredito q o mercado financeiro tem muito a ganhar agora, pois a economia esta se desenvolvendo, o pais tem um selo de qualidade e uma taxa de juros ainda elevada, se comparada um outros paises, ou seja, boas oportunidades.
E Saulo, concordo com vc, gostei muito do texto.
Abraço

Anônimo disse...

Pois eh, conseguir o Investment Grade sem dúvidas reflete uma melhora na economia. Mas como vc falou Saulo, conseguimos mais pelas reservas do que por uma melhora nos fundamentos da economia. Pois a divida interna não é pequena e a politica tributaria é pouco eficiente. Acredito q o mercado financeiro tem muito a ganhar agora, pois a economia esta se desenvolvendo, o pais tem um selo de qualidade e uma taxa de juros ainda elevada, se comparada um outros paises, ou seja, boas oportunidades.
E Saulo, concordo com vc, gostei muito do texto.
Abraço

Anônimo disse...

E ai, Saulo. Blz? Achei teu blog por meio do orkut, pra ser mais exato em alguma comunidade sobre calvície!

Bom, não sou de ficar caçando blog e tal, até eu ter a idéia de ter um blog tbm hahaha... Aproveitei o meu espaço para falar sobre calvície e a minha meta de não ficar careca. Achei válido deixar esse comentário aqui, dps de ver que vc faz parte de uma comunidade do orkut voltada pra isso.

Vamos trocar idéias a respeito ok!

Abç.
Pedro

ps: vou aproveitar e te add no meu blog.